“Nem tudo são Flores”- Despertamos temprano para o surf em Las Flores que estava um pouco melhor. Sem tomar café, sem água e debaixo do maior sol matinal, caminhei pelas pedras buscando o melhor ângulo para fazer um video do surf. As pedras eram pretas o que fazia o calor mais forte ainda. O sol, de cara para mim, me fazia cega e me dava dor de cabeça olhar pelo viewfinder da camera tentando achar a siloueta deles dentro d’água. De repente, foi me dando uma tonteira, um formigamento na cabeça, no corpo, comecei a não enxergar mais nada, senti que ia desmaiar, ainda tentei gritar chamando pelo Beto, mas ele não ouviu… e pumba! Caí com camera e tudo pedras abaixo! Terrível! Nunca tinha tido um teto preto antes. O que não me deixou apagar por muito tempo foi a preocupação de largar a camera e perdê-la no mar ou quebrá-la. Quando recuperei meus sentidos, fiquei sentada entre as pedras buscando um abrigo do sol até que meu amor veio me socorrer. Beto me ajudou a chegar na praia onde sentei na sombra e bebi água. O resto da galera acabou saindo d’água pois o vento forte entrou melando as ondas de vez. Voltamos para casa depois do desayuno numa lanchonete local. Nos arrumamos para sair for a rumo à Nicarágua. Fotos com a galera e pé na estrada.

Viajamos o resto do dia e eu num desconforto do corpo doído e ralado da queda da manhã. Cruzamos a fronteira de Honduras e cruzamos o pais em algumas horas. Chegamos na fronteira com a Nicarágua já era noite.  A fronteira mais traqnuila de todas e sem rip-offs. Fiquei conversando com duas nicas que vendiam um rango que foi nosso jantar, sobre novelas brasileñas. Muito simpáticas! Depois que Beto resolveu todas as burocracias do carro e comeu também, resolvemos continuar viagem. Pela primeira vez, entramos num país dirigindo à noite, o que contrariava uma regra nossa. Fomos aconselhados a não parar para ninguém na estrada pois qualquer situação poderia ser uma emboscada para um possível assalto.

No caminho cruzamos com uns homens mascarados vestidos em algum tipo de uniforme verde, ascenando para pararmos com uma placa que dizia “POLICIA”. Jago estava na direção. Tinham também uns latões de lixo grande queimando alguma coisa e fazendo um fogo bem alto, acho que para intimidar e iluminar. Jago chegou a reduzir fazendo como quem ia parar… e logo depois meteu o pé no acelerador! Ainda ouvimos uns apitos mas seguimos accelerando. Polícia ou não, seguimos o conselho da fronteira.

Chegamos em Chinandega tarde, por volta das 10 da noite. Parecia ser uma cidadezinha bem tranquila. Pessoas com portas abertas assitindo à novella “La Indomable”, na TV. Soa familiar? Achamos um pequeno motel, Cosigüina e dormimos os três num quartinho com ar condicionado! Boa noite.