Foi assim no final da década de 80 quando Betinho foi à Indonésia pela primeira vez, desbravar as ondas de um arquipélago que na época ainda era considerado um verdadeiro paraíso perdido. De suas primeiras viagens à Indonésia nasceu o vídeo de surf Indo Ekspert. E alguns anos depois, foi guia em várias expedições nas ilhas, pelo programa Surf Adventures, do canal SPORTV. Mais recentemente, ele tem descoberto novos horizontes na inexplorada Indonésia banhada pelo oceano Pacífico, com o projeto Surf Explore, do fotógrafo de surf John Callahan.
Durante a década dos anos 90, Betinho também morou vários anos na Califórnia, se educando nas melhores universidades do lugar e intercalando com essas temporadas de 4 meses na Indonésia nas férias de verão do hemisfério norte. Da Califórnia ele levava não só pranchas esculpidas pelos melhores shapers do mundo, mas ainda o espírito de solidariedade aprendido nas salas de aula da Califórnia, ajudando locais indonésios com medicamentos e orientações de como preservar as bancadas de coral e a vida marinha deste enorme arquipélago.
Este mesmo espírito de solidariedade ele também espalhou pelos 14 países percorridos com o Surf Americas, uma viagem de carro realizada dos Estados Unidos até o Brasil percorrendo a costa do Pacifico, entre 1997 e 1998, com o endosso da International Surfing Association, a ISA. Não satisfeito, Betinho também passou do playground que era a Indonésia, para a montanha-russa do surf havaiano onde morou por dois anos no North Shore da ilha de Oahu, entre 1994 e 1995. No início do século XXI, Betinho Dang teve a oportunidade de desbravar ondas paradisíacas e sem crowd algum na inexplorada região do Caribe e ainda dar tiro-cirúrgicos para vários secrets nas américas que Betinho coleciona, isso tudo enquanto viveu e trabalhou na Flórida por quinze anos.
Mais que um surfista, Betinho é um verdadeiro amante das praias e das ondas e de todo estilo de vida que acompanha a receita sal, sol e surf.
Rafaela e Betinho se conheceram na sexta série (atual 7º ano) do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Se tornaram grandes amigos. Coemçaram a namorar apenas no segundo ano do ensino médio, quando já nem estudavam mais juntos. Se mudaram para os Estados Unidos nos anos 90, moraram lá por mais de dez anos e tiveram dois filhos, Bento e Paola, enquanto estavam na Flórida. Atualmente, as crianças também acompanham seus pais nessas aventuras durante suas férias escolares.
Rafaela não surfa, mas através das lentes e dos registros fotográficos do Beto surfando, ela aprendeu bastante e entende o esporte como qualquer praticante. Curiosamente ela tem muito medo do mar, e o acompanhou com coragem e disposição em diveras aventuras em busca de ondas perfeitas e sem crowd. Também por causa de seu espírito aventureiro, o casal e agora a família se aventura por lugares longe do surfe, curtindo outras ondas culturais, gastronômicas e com visuais incríveis.
“Quando eu era criança, assiti à uma matéria no Fantástico, num domingo à noite, com aquela sensação desanimada que antecede uma segunda-feira fatídica, sobre as imagens de um satélite no espaço transmitidas pela NASA. Eram os anos 80. Nessas imagens, mostravam que a Grande Muralha da China era o único monumento feito pelo homem na terra, que era visível do espaço. Pelos seus milhares de kilômetros de extensão. Como uma enorme serpente desenhada no globo azul. Ali, assitindo àquelas imagens enviadas do espaço, como se eu estivesse dentro de um foguete, eu fiquei encantada e passei à desejar desde então, visitar grandiosa construção!
Se alguém me perguntar quando eu fui mordida pelo “travel bug”, eu diria ali, naquele Domingo. Ali eu senti o desejo de conhecer países distantes e lugares bem diferentes da minha realidade. Ver as construções, as pessoas, seus passados, suas comidas, seus costumes, suas roupas… Quanto mais diferente, melhor! “
Surfar pelo olhar
com Rafaela Sá
“Na década de 90, Rafinha foi Mulher pioneira em fotografia e filmagens de surfe pelo mundo.
Superando junto com todos os surfistas da época o preconceito da marginalização do esporte, ela desbravou muitos lugares selvagens que hoje em dia têm até resorts.”
“Confesso que fiquei perdidão por anos com a quantidade de material, mais ainda fascinado com a qualidade. Esse casal merece um filme longa metragem, sou apenas editor de vídeo.”
Rodrigo Lobo